Existência de Deus

Argumentos a favor da existência de Deus


Argumento apriorístico
O primeiro argumento ontológico foi feito por Anselmo de Canterbury, em sua obra "Proslogion". O argumento propõe que a existência de Deus é auto-evidente. A lógica, dependendo da formulação, lê-se aproximadamente as seguintes:
- Existe na mente de todo homem a ideia de um ser que não se pode pensar outro maior
- Existir só na mente é menos perfeito do que existir na mente e também na realidade (a existência é uma das qualidades da perfeição)
- Se o ser maior do que o qual não se pode pensar outro só existisse na mente seria menor do que qualquer outro que também existisse na realidade
Logo, o ser do qual não se pode pensar outro maior deve existir também na realidade (existência real necessária), logo conclui-se que existe Deus e esse ser é o mais perfeito de todos


Argumento 'a posteriori'
As Cinco Vias
A Mutação e o Motor Imóvel
O argumento afirma que, a partir de nossa experiência de movimento no universo (movimento sendo a transição da potência ao ato), podemos ver que deve ter havido um motor inicial. Aquino argumentou que o que está em movimento deve ser posto em movimento por uma outra coisa, por isso não deve ser um motor imóvel.

Causa Eficiente e Causa Primeira
Decorre da relação "causa-e-efeito" que se observa nas coisas criadas. Não se encontra, nem é possível, algo que seja a causa eficiente de si próprio, porque desse modo seria anterior a si próprio: o que é impossível. É necessário que haja uma causa primeira que por ninguém tenha sido causada, pois a todo efeito é atribuída uma causa, do contrário não haveria nenhum efeito pois cada causa pediria uma outra numa sequência infinita e não se chegaria ao efeito atual. Logo é necessário afirmar uma Causa eficiente Primeira que não tenha sido causada por ninguém.

Ser Necessário e Ser Contingente
Existem seres que podem ser ou não ser, chamados de contingentes, isto é cuja existência não é indispensável e que podem existir e depois deixar de existir. Todos os seres que existem no mundo são contingentes, isto é, aparecem, duram um tempo e depois desaparecem. Mas, nem todos os seres podem ser desnecessários, caso contrário o mundo não existiria. Alguma vez nada teria existido, logo é preciso que haja um Ser Necessário que fundamente a existência dos seres contingentes e que não tenha a sua existência fundamentada em nenhum outro ser.
Igualmente, tudo o que é necessário tem a causa da sua necessidade noutro. Aqui também não é possível continuar até o infinito na série das coisas necessárias que têm uma causa da própria necessidade. Portanto, é necessário afirmar a existência de algo necessário por si mesmo, que não encontra em outro a causa de sua necessidade, mas que é causa da necessidade para os outros: O que todos chamam Deus.
Do Nada não surge e nem advém o Ser. Como se observa que as coisas existem, não pode ter havido um momento de Nada Absoluto, pois daí não se brotaria a existência de algo ou coisa alguma.
Ser Perfeito e Causa da Perfeição dos demais 8
Verifica-se que há graus de perfeição nos seres, uns são mais perfeitos que outros, o universo está ontologicamente hierarquizado - seres racionais corpóreos, animais, vegetais e inanimados) qualquer graduação pressupõe um parâmetro máximo, logo deve existir um ser que tenha este padrão máximo de perfeição e que é a Causa da Perfeição dos demais seres.

Finalismo e Ordem
Existe uma ordem admirável no Universo que é facilmente verificada, ora toda ordem é fruto de uma inteligência ordenadora, não se chega à ordem pelo acaso e nem pelo caos, logo há um ser inteligente que dispôs o universo na forma ordenada. Com efeito aquilo que não tem conhecimento não tende a um fim, a não ser dirigido por algo que conhece e que é inteligente, como a flecha pelo arqueiro. Logo existe algo inteligente pelo qual todas as coisas naturais são ordenadas ao fim, e a isso nós chamamos Deus.
Há uma ordem em todos os seres, o menor vegetal, por exemplo,tem órgãos para cada função ordenados para a preservação da espécie. Esta ordem pressupõe uma Inteligência ordenadora, pois a ordem não vem do caos e nem do acaso. Da mesma forma as letras de um livro não são colocadas ao acaso. Logo a ordem existente no mundo prova a existência de uma Inteligência que ordenou todas as coisas nos mínimos detalhes. É necessário que exista uma Inteligência Suprema que tenha ordenado o Universo criado.


Argumentos contrários à existência de Deus


Argumentos empíricos
- O argumento das revelações inconsistentes contesta a existência da divindade chamada Deus, como descrito nas escrituras, tais como o Tanakh, a Bíblia cristã, o Alcorão muçulmano, o Vedas hindu, o Kitáb-i-Aqdas ou o Livro de Mórmon, identificando aparentes contradições entre as diferentes escrituras, dentro de uma única escritura, ou entre escritura e fatos conhecidos. Para ser eficaz, este argumento requer que o outro lado sustente que o seu registro bíblico é inerrante, ou que pelo menos afirme que uma compreensão adequada das Escrituras dê origem ao conhecimento da existência de Deus.
- O problema do mal contesta a existência de um Deus que é onipotente e benevolente, argumentando que tal deus não deve permitir a existência do mal ou sofrimento.
- O destino dos incultos: pessoas que nunca ouviram falar de uma determinada revelação podem ser severamente punidas por não seguir seus ditames.
- O argumento da descrença contesta que, se Deus existe (e quer que a humanidade saiba disso), ele criaria uma situação em que cada pessoa sensata acreditara nele. No entanto, existem muitos incrédulos sensatos ​​e, portanto, este fator pesa contra a possibilidade da existência de Deus.
- A analogia do bule de chá de Russell argumenta que o ônus da prova para a existência de Deus encontra-se com o teísta e não com o ateu. A analogia pode ser considerado uma extensão da Navalha de Occam.

Argumentos dedutivos
- O paradoxo da onipotência sugere que o conceito de uma entidade onipotente é logicamente contraditório, considere uma pergunta como: "Deus pode criar uma pedra tão grande que ele não pode movê-la?" ou "Se Deus é todo-poderoso, Deus poderia criar um ser mais poderoso do que a si mesmo?".
- O paradoxo da onisciência mostra um ângulo diferente do paradoxo da onipotência. "Se Deus é onipotente, então ele deve ser capaz de mudar o futuro para um "futuro alternativo" que é desconhecido para ele, entrando em conflito com sua onisciência"
- O problema do inferno é a ideia de que a condenação eterna por ações cometidas numa existência finita contradiz a benevolência ou a onipresença de Deus.
- O argumento da incoerência ou das propriedades incompatíveis contesta a existência de um deus onisciente com livre-arbítrio, ou que tenha atribuído as mesmas propriedades as suas criações, argumentando que as duas propriedades são contraditórias. De acordo com o argumento, se Deus realmente conhece o futuro, a humanidade está destinada a corroborar com o seu conhecimento do futuro e não terá o livre-arbítrio para se desviar dele. Portanto, o nosso livre arbítrio contradiz um Deus onisciente.
- Um contra-argumento contra o argumento cosmológico ("ovo ou a galinha") leva a suposição de que as coisas não podem existir sem os criadores e aplica-o a Deus, levando a uma regressão infinita. Isso ataca a premissa de que o universo é a segunda causa (depois de Deus, que é reivindicada a ser a primeira causa).
- Não-cognitivismo teológico, como o usado na literatura, geralmente procura refutar o conceito de Deus, mostrando que é inverificável através de testes científicos.

Argumentos indutivos
- O argumento de "nenhuma razão" tenta mostrar que um ser onipotente e onisciente não teria qualquer razão para agir, especificamente através da criação do universo, porque ele não teria necessidades ou desejos, sendo que esses mesmos conceitos são subjetivamente humanos. Sendo que o universo existe, existe uma contradição, portanto, um Deus onipotente não pode existir.

Argumentos subjetivos [editar]
- O argumento das religiões conflitantes observa que muitas religiões dão diferentes relatos sobre o que é Deus e o que Deus quer.

Ônus da prova
- No meio ciêntifico e notório que através do método ciêntifico nota-se a impossibilidade de provar a existência de deus(s), mesmo tendo-se a possibilidade de sua existência diante de tais circustâncias e improvável que o homem conheça sobre algo a respeito diante da impossibilidade de conhecimento sobre deus(s), então com enfase na logica racional seria obviamente plausivel ausentar com todas as chances de certeza a impossibilidade da existência de deus(s), diante da impossibilidade de conhecimento a respeito da existencia dos mesmo, tampouco pouco deve-se então evidenciar a existência de deus(s) diante da ausencia de evidencia(s) pois esta e uma premissa invalida a rigores do metodo ciêntifico, então seria invalido nitídamente uma teoria que ao menos possibilita-se a existencia de deus(s), logo pode-se concluir que e improvavel que deus(s) existam.

Argumento da incoerência ou das propriedades incompatíveis
- Uma versão popular do argumento das propriedades incompatíveis questiona a possibilidade de um Deus ser ao mesmo tempo onisciente e onipotente. Um Deus onisciente, que tem todo o conhecimento acerca dos acontecimentos futuros, é impotente para mudá-lo visto que este futuro (que já é conhecido de antemão) já está determinado, embora o cristianismo aponta que o ser humano possui livre arbítrio então o futuro já não precisa ter sido alterado.

Argumento da imaterialidade
- Existem aqueles que creem que se não conseguimos ver, medir ou testar Deus de nenhuma forma rigorosa com métodos físicos e experimentais, possivelmente ele não existiria. Qualquer coisa para existir necessitaria ter existência no espaço-tempo. Até o momento Deus não foi medido através de qualquer equipamento científico desenvolvido pelo homem, da mesma forma que a consciência humana não foi devidamente localizada no corpo. Esse argumento, porém pressupõe o naturalismo metodológico o que como um argumento o torna claramente uma petito principi, muito embora, possa ainda ser usado num contexto onde ambas partes concordem com uma metafísica mecanicista, caso não, aquele que o utiliza também deve justificar o porquê crer que assim seja (realidade una e material). 15 16

- Argumento da Evolução Darwiniana
A evolução Darwiniana fornece explicação para a complexidade dos seres vivos, que ocorreria sem nenhuma necessidade de intervenção divina.
O Darwinismo, todavia, não se propõe a "provar" a não existência de Deus, mas tenta apenas explicar a grande diversidade das espécies pelo mundo com base meramente no que é observado na natureza. Tanto é assim que, segundo Francis S. Collins, Darwin concluiu a obra A Origem das Espécies com o seguinte texto: "Há uma grandeza nessa visão da vida, com seus vários poderes, tendo ela sido lançada como o sopro da vida originalmente pelo Criador em poucas formas ou em uma; e que, enquanto este planeta vinha orbitando de acordo com a lei da gravidade estabelecida, a partir de um início tão simples, inúmeras formas, cada vez mais belas e maravilhosas foram, e continuam, evoluindo."17 Esse discurso, ao admitir a possibilidade de existir um "Criador", é totalmente incompatível com a intenção de provar a não existência de Deus.

Argumento da improbabilidade
Não se tem como provar cientificamente a existência de um ser que, caso exista, extrapolaria o espaço-tempo perceptível ao homem e aos equipamentos por este criado. O único meio de pesquisa e estudo das demais dimensões que constituem o universo só pode se dar através de conceitos de física, de filosofia e de fórmulas matemáticas, que são todas imateriais. Devido a isto, pela impossibilidade de medir Deus através de instrumentos científicos, muitos declaram a inexistência de Deus. A critica desse argumento é do fato de que também não existem maquinas que possam visualizar sonhos humanos e nem entender o seu funcionamento completo em nenhuma parte da física e química, alem do fato de em estados de sonho lucido pode passar dias numa dimensão imaterial e a "volta" para "vida real" seria apenas poucos minutos que passariam. Mas é uma crítica sem fundamentos já que se pode medir a atividade cerebral durante o sono com equipamentos e analisar a química que ocorre no cérebro e forma tais ilusões chamadas "sonhos". Outra crítica referente ao argumento é que por algo ser desconhecido não significa necessariamente que inexiste, os que usam desta crítica fazem uma analogia com os átomos, que não eram conhecidos e nem detectáveis há 5000 anos, mas mesmo assim existiam.

Segundo Argumento da Incoerência
Este argumento prende-se no facto da existência de certas incoerências nas propriedades de Deus. Por exemplo, se Deus é omnipotente, ele poderia criar uma pedra tão pesada que nem mesmo ele poderia erguer. Se não a conseguisse erguer, deixaria de ser omnipotente. Mas se ele é omnipotente, então ele deveria ter força suficiente para erguer qualquer peso. No entanto, se não conseguisse criar tal pedra, deixaria de ser omnipotente.
Se Deus é omnisciente, então ele sabe tudo sobre o nosso passado, o nosso presente e o nosso futuro. Sabe o que já fizemos e o que vamos fazer (apesar de nos conceder livre-arbítrio). Se sabe, então o livre-arbítrio não faz qualquer sentido, e não há razão para não nascermos logo no paraíso ou no inferno. Se não conhece as nossas acções futuras, então Deus não é nem omnisciente nem omnipotente.